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O PIB e o comércio

Qualificação da mão de obra é hoje um dos maiores gargalos da economia

Não é exagero afirmar que se não fosse a significativa contribuição dos setores do comércio e de serviços para a economia, o PIB nacional em 2022 teria sido ainda menor do que o registrado.

Na verdade, o comércio exerce papel fundamental na promoção do crescimento econômico, contribuindo com uma parcela significativa para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB). É por intermédio do comércio que as empresas criam empregos e geram renda.

O comércio também estimula a competitividade e a inovação, impulsionando as empresas a se tornarem mais eficientes, a buscar a qualidade dos produtos e serviços e a investir em inovação. A busca por novas formas de atender as necessidades dos consumidores e se destacar no mercado leva ao desenvolvimento de novas tecnologias, processos mais eficientes e produtos mais atraentes. A inovação impulsionada pelo comércio aumenta a produtividade e a competitividade das empresas, levando a um crescimento econômico sustentável.

O setor tem, assim, relevante papel na formação do PIB. Uma das principais razões é ser um facilitador da produção. Em países desenvolvidos, pode contribuir com até 20% do PIB. Segundo estudos econômicos, nos Estados Unidos, por exemplo, o comércio responde por cerca de 14% do PIB, enquanto na Alemanha e no Japão é por volta de 18%. Já em países em desenvolvimento, ainda segundo esses mesmos estudos, a participação do comércio no PIB pode ser ainda maior, alcançando, em alguns casos, até 50%.

Atividade muito sensível às movimentações da economia, o comércio é um indicador de uma recessão ou de um tempo de crescimento. Acompanhar o seu desempenho é, também, uma forma e uma importante ferramenta à disposição dos formuladores de políticas para manter a economia em um caminho seguro e saudável. Por tudo isso, o comércio é um setor vital da economia que exerce um papel fundamental para o PIB.

Nesse cenário, o comércio tem colaborado para a dinamização da economia brasileira, estimulando a qualificação de sua mão de obra, hoje um dos maiores gargalos para a continuidade do crescimento do país. Para isso é necessário estimular o crescimento do comércio e do setor de serviços, aliado a uma redinamização do PIB do país. E isso depende da capacidade do governo federal, do congresso nacional, dos empresários, trabalhadores e entidades de representação, além dos demais setores da sociedade civil, para a ampliação da competitividade do país e, consequentemente, crescimento mais harmônico dos setores primário, secundário e terciário.

Aldo Gonçalves é presidente do CDLRio e do SindilojasRio.

Publicado no Jornal Monitor Mercantil, em 17 de maio de 2023.