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Black Friday, Copa do Mundo e Natal

Lojistas apostam nestas datas para alavancar as vendas e salvar o ano 

O Natal continua sendo, sem dúvida, a melhor época do ano para o comércio varejista. Antes, no fim de novembro, acontece a Black Friday, cada vez mais presente no calendário de vendas, representando também uma ótima oportunidade para impulsionar as vendas do fim de ano. E, este ano, ainda teremos a Copa do Mundo, no Catar, que anima principalmente os segmentos de eletroeletrônicos, artigos de festa e vestuário e material esportivos, além, é claro, o setor de bares e restaurantes. Embora o campeonato atrapalhe um pouco o movimento do comércio, por causa das interrupções nos horários de jogo da seleção brasileira, a expectativa geral é que, em “tempos de vacas magras”, a Copa é mais uma chance de incrementar as vendas.

Ao longo do ano, as pesquisas de vendas do CDLRio e do SindilojasRio revelaram que nenhuma das datas comemorativas anteriores, como Dia das Mães, dos Pais e dos Namorados, alcançou os resultados esperados pelos lojistas. Por isso, a Black Friday, a Copa do Mundo e o Natal significam a esperança dos comerciantes de fecharem o ano com números melhores e, com isto, vislumbrarem um cenário mais promissor para 2023.
Nesse contexto, sai na frente o lojista que estiver melhor preparado para aproveitar o momento, ainda mais considerando-se a conjuntura atual, de incerteza econômica, inflação, desemprego elevado e, consequentemente, de consumo retraído e mais limitado.

Para aproveitar o potencial dessas datas é fundamental um bom planejamento. Quanto maior a antecedência, melhor. Da seleção de temporários e o treinamento da equipe até a decoração das lojas e as ações promocionais e de marketing, no ambiente digital e no físico, passando pelas pesquisas de mercado e pela gestão dos produtos e do estoque, todos esses aspectos demandam a atenção dos comerciantes que buscam otimizar seus resultados.

Para auxiliar os lojistas nas vendas de fim de ano, a revista O LOJISTA (OL) conversou com Natália Nogueira (NN), consultora de empreendedorismo e especialista em gestão de pessoas e finanças.

OL – Qual é o papel do treinamento das equipes,
principalmente para as vendas deste fim de ano?

NN – A empresa deve prezar pela excelência nas vendas, com profissionais capacitados, minimizando trocas e, em meio às campanhas, garantindo a fidelização da marca.
Os colaboradores têm que estar preparados para atender bem o público, visando não somente à venda, mas que o cliente tenha uma boa experiência. As pessoas não compram apenas produtos, elas compram um sentimento, que gera maior valor ao produto.

OL – Como treinar os temporários em tão pouco tempo?

NN – Selecionando-os com a maior antecedência possível e dando a eles, além da oportunidade de trabalho, a chance de fazer parte do DNA e dos valores da empresa.
Neste processo, os colaboradores mais antigos devem servir como referência para os temporários, integrando estes às dinâmicas e práticas da empresa.

OL – Qual é a importância de uma equipe
bem selecionada e treinada?

NN – A maior vantagem é diminuir os riscos de imprevistos em um dos maiores períodos de vendas do comércio. Todo consumidor está procurando celeridade e bom atendimento. As perdas de vendas e possibilidades de erros diminuem com o bom treinamento focado no atendimento ao público.

OL – Quais são os erros cometidos pelas equipes
de vendas a serem evitados?

NN – Selecionar clientes. Preconceito é intolerável. Todos são iguais. Infelizmente, temos visto muitos casos de lojas que ignoram alguns clientes e, até mesmo, cometem crimes raciais ou homofóbicos.
Independentemente do tamanho da loja e se está cheia, é essencial propiciar a cada cliente um bom atendimento. E isto se dá sabendo dividir o tempo e com uma boa gestão da equipe. O cliente quer exclusividade e quer se sentir importante.
Outro erro é a conversa inadequada durante o atendimento, demonstrando insatisfação com a loja ou sua gestão. O seu cliente não precisa saber desses assuntos internos. Na hora da venda, o foco é o cliente.

 

A revista O LOJISTA também ouviu Augusto Vieira (AV), especialista em marketing, estratégia
digital, vendas e relacionamento com o cliente.

OL – Como atrair os consumidores para
as compras de fim de ano?

AV – As festas de fim de ano sempre são uma ótima oportunidade de vendas para os empreendedores. Em 2022, o comércio espera uma das melhores épocas para a economia, já que estamos vindo de uma pandemia e há uma demanda reprimida. Além disso, temos a Copa do Mundo em novembro, que é mais uma oportunidade de muitas vendas.
Para que o empreendedor consiga atrair os consumidores para as vendas de fim de ano é preciso que ele entenda que a sua marca precisa aparecer. Afinal, “o que não é visto, não é lembrado”.
Identifique quais são os canais que o seu cliente mais utiliza diariamente e invista em ações para que a sua marca seja lembrada. Contextualize a sua identidade visual ao momento atual e monte estratégias com recompensas para atrair o cliente.

OL – Quais são as ações de marketing em alta que os
comerciantes podem adotar para incrementar as
vendas com foco na Black Friday, na Copa do
Mundo e no Natal?

AV – Para atrair mais clientes neste fim de ano é preciso que os comerciantes entendam que o cliente de hoje é multicanal, ou seja, ele não está apenas nas ruas ou apenas nas redes sociais, está presente em todos os canais. Assim, é preciso que as empresas pensem em ações físicas e digitais.
Enfeite sua loja, capriche na vitrine, faça um tráfego pago nas redes sociais, invista em sorteios e monte um combo de estratégias que atenda o seu cliente onde ele estiver.

OL – Qual conselho daria para quem não se planejou para a temporada? Ainda dá tempo de preparar ações eficazes?

AV – Com certeza ainda dá tempo para planejar ações eficientes para as vendas de fim de ano. Mas é preciso começar imediatamente. É uma época de muitas oportunidades, mas, também, de muita concorrência. Sai na frente quem se planejou e gerou realmente uma percepção de valor para os consumidores.
Reúna-se com a sua equipe hoje mesmo, pense em estratégias, converse com fornecedores, equipe de marketing e faça um fim de ano com volume de vendas histórico.

OL – Para micro e pequenos empreendedores, quais são as melhores ferramentas de marketing?

AV – Montar boas estratégias, com qualidade e com ótimo retorno financeiro, mesmo que não tenha tantos recursos para investir. Nas redes sociais, o empreendedor pode intensificar postagens em stories e no feed, criar reels, fazer sorteios e promoções e investir em tráfego pago local, delineando assim o alcance geográfico. Já no local físico, uma vitrine chamativa, com frases de impacto e comerciais que chamam a atenção do cliente, pode ser uma ótima forma de atraí-lo para entrar na loja.

OL – Em tempos de vendas on-line, as vitrines ainda
são um diferencial para as vendas?

AV – O mundo está cada vez mais multicanal. Os clientes não estão somente nas redes sociais, mas, sim, conectados a diversas formas de relacionamento simultâneas, tendo experiências cada vez mais incríveis. Com toda certeza as vitrines são um diferencial para as vendas, ainda mais se ela se comunicar com a nova forma de consumir das pessoas. Como exemplo, o lojista poderia colocar na vitrine uma frase de impacto, com um QR Code dando um brinde para o cliente. Existem várias formas de interligar o digital e o físico e gerar valor para o consumidor. O importante é pensar fora da caixinha.

OL – É possível fidelizar clientes com lojas mais
cheias no fim de ano?

AV – Como as temporadas de fim de ano trazem mais clientes, o comerciante precisa capacitar e trazer novas pessoas para a sua equipe. Com a alta demanda, para manter a qualidade de atendimento, o empreendedor precisa de pessoas boas junto com ele. Além disso, o uso da tecnologia é essencial para fidelizar mais clientes neste momento de grande aquecimento da economia. Utilize as redes sociais, WhatsApp e site para trazer mais informações para o cliente e crie programas de fidelidade e recompensas. Fazendo isso, o seu negócio sairá na frente de 90% das empresas.