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O Melhor Banco Central do Mundo

Antonio Everton Jr.

Economista do CDLRio e do SindilojasRio

Em março, o Banco Central do Brasil (BCB) atingiu o reconhecimento internacional ao ser escolhido pela revista especializada Central Banking como Banco Central Ano 2024 (www.centralbanking.com/awards/7960943/central-bank-of-the-year-central-bank-of-brazil#).

A premiação tem a ver com a evolução do papel da autoridade monetária na economia brasileira, bem como o emprego das suas funções, graças às condições legais estabelecidas em 2021 que sobejaram na tão importante autonomia do órgão.

Está no site do BCB: “A atribuição legal de autonomia centraliza os conhecimentos técnicos e profissionais para questões monetárias e financeiras no Banco Central, aumentando a probabilidade de decisões apropriadas”.

Devido a esse aspecto, a autoridade possui como atribuição maior garantir o poder de compra da moeda, isenta de outros interesses que não sejam realizar intervenções necessárias, focada na meta inflacionária e no equilíbrio macroeconômico, por meio da sustentabilidade do sistema financeiro e do comportamento da economia.

Assim, como também consta no site, o Banco Central visa a “assegurar a estabilidade de preços, além de, acessoriamente, zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”.

A premiação em 2024 da revista Central Banking faz jus à inserção do banco na história recente da estabilidade inflacionária a partir de 1994, quando comemoram-se exatamente 30 anos do real.

Isso porque a história econômica brasileira tem fortes registros do componente inflação como elemento central por décadas; sendo, nos anos 80, como grande vilão, devido ao processo de hiperinflação e às tentativas fracassadas de controle dos preços com a implementação dos planos heterodoxos de congelamento de preços, câmbio e salários.

Agora em uma outra conjuntura e contexto, o melhor Banco Central do mundo, o brasileiro, recebeu avaliações preciosas e elogiosas, destacando-se em virtude da perseguição ao centro da meta inflacionária; por suportar pressões políticas; e por conseguir atingir resultados esperados pela sociedade na medida em que a alta de preços é um problema sério e seus corolários são deveras nocivos, como empobrecimento e concentração de renda.

O texto da Central Banking, no link acima, sintetiza os motivos pelos quais o BCB foi laureado. Destaca o do Brasil entre os bancos centrais em 2024. Pontua temas que acendem holofotes sobre a atuação da autoridade monetária, tais como: transformação digital; transparência; compromisso com as mudanças climáticas; reforça o compromisso com o atingimento da meta inflacionária e cita a manutenção da sua autonomia como responsável pelo êxito das intervenções, apesar dos movimentos em contrário.