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O comércio precisa ser ouvido e protegido!

Desde o início da pandemia de covid-19, o SindilojasRio e o CDLRio, que representam juntos mais de 30 mil estabelecimentos comerciais do Rio de Janeiro têm alertado as diferentes esferas do poder público sobre as imensas dificuldades do comércio para manter suas atividades, assim como para preservar milhares de empregos, diante das sucessivas medidas de restrição que foram decididas sem diálogo e sem levar em conta os danos sociais e econômicos irreversíveis.

O Brasil acaba de atingir a marca de 14,8 milhões de desempregados, representando o triste nível recorde de 14,7% no primeiro trimestre do ano. Somando os subempregados, o total chega a 33,2 milhões de pessoas, segundo o IBGE. E o número de desalentados, que são aqueles que desistiram de procurar trabalho, registrou o recorde amargo de 6 milhões de pessoas, um aumento de 25,1% em um ano. Ou seja, quase 40 milhões de pessoas sem trabalho em todo o país.

No Rio de Janeiro, mergulhado há anos em uma crise política e financeira sem precedentes, as consequências da pandemia e do desemprego são mais profundas, se somarmos ainda a violência e a desordem crescentes. Antes da pandemia, uma pesquisa do CDLRio e do SindilojasRio revelou que mais de 10 mil lojas tinham fechado suas portas em 2019. Com a pandemia, as medidas restritivas para coibir o contágio obrigaram o comércio não considerado essencial a fechar por quase 100 dias e, depois, em diferentes momentos, a parar novamente e a operar em horários reduzidos. O resultado? Mais empresas quebradas, mais desempregados, mais incertezas. Pesquisa recente do CDLRio e do SindilojasRio mostra que as vendas caíram 12,5% no primeiro trimestre deste ano. Todos os segmentos do comércio e regiões da cidade do Rio de Janeiro tiveram resultados negativos.

O comércio adotou todas as recomendações sanitárias e de distanciamento social necessárias. Além de treinamento constante de seus funcionários, os estabelecimentos comerciais reforçaram a higienização de seus ambientes, para proteger a saúde de seus colaboradores e clientes.

No entanto, desde o início da pandemia, temos sido surpreendidos por medidas restritivas, sem que nossos pleitos sejam ouvidos e, muito menos, atendidos, e sem sequer termos tempo hábil para adequarmos nossas operações. As medidas restritivas causaram prejuízos ao comércio e à população, sem ganho no enfrentamento da pandemia, pois os verdadeiros fatores que geram a indesejada aglomeração são os gargalos no transporte público e os eventos clandestinos, entre outros. Já as ações do poder público, visando a minimizar o impacto negativo de tais medidas sobre o comércio, têm se mostrado insuficientes e ineficazes, seja pela morosidade e pela burocracia, seja pelo alcance reduzido.

Diante dessa conjuntura, além de encaminhar diversas demandas diretamente a diferentes autoridades das esferas municipal, estadual e federal, o SindilojasRio e o CDLRio se uniram a outras dezenas de importantes entidades representativas do comércio de todo o Brasil para apoiar e cobrar iniciativas que efetivamente protejam o setor neste momento crucial. E para dizer não às medidas arbitrárias, decididas sem diálogo ou consenso prévio com o setor.

De portas fechadas, sobrecarregado pelos impostos e à mercê da violência e da desordem, o comércio não consegue prosperar nem cumprir sua função social, gerando empregos e renda. Se não tem emprego, não tem consumo. Sem geração de renda e de riqueza não há justiça social. E tampouco progresso.