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Bioeconomia e o comércio

Nos últimos anos, a bioeconomia vem ganhando cada vez mais destaque como uma das colunas fundamentais para o desenvolvimento sustentável. Mas o que é exatamente bioeconomia e como ela impacta o comércio? De maneira simples e resumida, a bioeconomia tenta mitigar os efeitos do custo de oportunidade entre produção e meio ambiente. Ou seja, visa conciliar progresso desenvolvimentista com preservação ambiental, por meio do uso de modelos, tecnologias, políticas, sistemas, técnicas e ações que causem menos estragos sobre a natureza.

No caso do comércio, as empresas que adotam práticas baseadas em biotecnologia e sustentabilidade não só conquistam novos mercados, mas também se destacam por sua responsabilidade ambiental. Produtos ecologicamente corretos estão ganhando preferência entre consumidores, aumentando a demanda por cadeias de suprimento sustentáveis.

Países com grande biodiversidade, como o Brasil, estão em posição privilegiada para liderar essa transformação, oferecendo oportunidades para pequenos e médios empresários. Setores como agricultura, cosméticos e até moda estão abraçando matérias-primas renováveis, permitindo que negócios menores se tornem protagonistas na transformação sustentável.

Com o aumento da conscientização sobre mudanças climáticas e a busca por produtos verdes, as empresas que investem em bioeconomia tendem a conquistar um público mais engajado e disposto a pagar por soluções ecologicamente corretas.

Nessa evolução da ação humana, a biotecnologia tem protagonismo para a efetividade da bioeconomia, assim como as políticas públicas em favor da geração de processos produtivos e produtos verdes, incentivando as empresas nesse sentido.

Os benefícios da bioeconomia serão incomensuráveis, a começar por um planeta mais verde e com menor desequilíbrio, reduzindo as altas temperaturas, a seca, as ondas de calor e diminuindo o nível e a recorrência das chuvas intensas.

Ao mesmo tempo, a bioeconomia abrirá espaços para iniciativas inovadoras, empreendedoras e inteligentes, por meio da utilização de baixo volume de carbono, restauração ambiental e melhoramento da qualidade dos insumos, que deverão ser menos poluentes e mais adequados ao processo incipiente e crescente de transição da energia suja para a limpa.

Em paralelo, a sociedade amadurece, conscientizando-se de que a qualidade do consumo está muito mais associada aos novos conceitos do que à sua quantidade. Por conta disso, a tendência é termos uma atividade comercial adequada a esses novos tempos, para aproveitar oportunidades, responsavelmente, levando aos consumidores os produtos da linha verde e compartilhando com os clientes as experiências e as transformações na produção.

Nesse cenário, o futuro do comércio não está apenas em vender mais, mas em vender de forma mais sustentável. E a bioeconomia é o caminho para essa revolução.

Aldo Gonçalves é engenheiro, mestre em Física pela UFRJ e doutor pela Université de Paris Sud, professor aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ e presidente do CDLRio e do SindilojasRio.