O Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, em 11 de outubro, reforça a importância da conscientização da população sobre os riscos dessa doença crônica e a adoção de hábitos saudáveis para a sua prevenção.
A obesidade acomete pessoas de todas as idades e está associada a diversos problemas graves de saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão, além de estigmas e estereótipos preconceituosos relacionados ao excesso de peso, que podem desencadear problemas psicológicos, depressão, baixa autoestima e angústia. Caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, a obesidade pode impactar diretamente a qualidade e a expectativa de vida das pessoas afetadas.
De acordo com o Institute for Health Metrics and Evaluation, estima-se que, em 2019, o sobrepeso e a obesidade foram responsáveis por aproximadamente 8,8% do total de mortes no mundo, e por 12,6% no Brasil, caracterizando-se como uma das principais causas de óbitos.
A prevenção da obesidade é a melhor estratégia para garantir a saúde e o bem-estar da população desde a infância. Sabe-se que o padrão alimentar relacionado às doenças crônicas não transmissíveis é caracterizado, especialmente, pelo baixo consumo de alimentos in natura e minimamente processados em paralelo ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. A obesidade está mais relacionada à qualidade do que se come do que à quantidade ingerida. Além disso, outros fatores, como a falta ou a insuficiência de atividade física, também desempenham um papel importante no desenvolvimento da doença.
Tratamento Adequado não se manipula
No Brasil, cresce o uso de medicamentos antiobesidade injetáveis manipulados, como semaglutida e tirzepatida, uma prática que traz riscos sérios: incerteza do princípio ativo, dosagem incorreta, instabilidade térmica, impurezas e possibilidade de eventos adversos graves. Por isso, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) lançou a campanha “Obesidade – Tratamento Adequado Não se Manipula”, com o objetivo de informar à população, em especial às pessoas que convivem com a obesidade, profissionais de saúde e autoridades, sobre os perigos associados à disseminação do uso de medicações antiobesidade injetáveis manipuladas — em especial semaglutida e tirzepatida.
“A obesidade é uma doença complexa, crônica e multifatorial. Seu manejo exige avaliação médica especializada, abordagem multidisciplinar e medicamentos aprovados por agências regulatórias, com comprovação robusta de eficácia, pureza, estabilidade e segurança. Tratar obesidade exige ciência, ética, eficácia e segurança. O uso de medicamentos antiobesidade injetáveis manipulados, especificamente a semaglutida e a tirzepatida, não atende a esses critérios, não é seguro e não deve ser considerado opção terapêutica”, destaca o presidente da SBEM, o médico Neuton Dornelas.