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O varejo sempre se reinventa e evolui

Após mais de um ano de pandemia, o varejo está reformulado. Novas estratégias foram desenvolvidas para que o consumidor seja sempre o centro do negócio. Essa evolução, rotineira em situação normal de temperatura e pressão, precisou ser implementada de forma bastante dinâmica para atender aos novos hábitos de consumo das pessoas.

Já havia uma percepção de que soluções on-line e delivery também eram importantes. Essas inovações constavam dos planos estratégicos de alguns, mas, sem dúvida, foram uma surpresa para muitos, sobretudo empresas pequenas e médias, que não tinham como operacionalizá-las. Elas acabaram precisando ser adotadas quase do dia para a noite.

Em 28 anos de atuação, sendo 15 na Lojas Americanas e na B2W Companhia Digital (as duas formam hoje a Americanas S.A.), gigantes do setor, acompanhei de perto a capacidade de transformação do varejo.

A perspectiva é que ele continue a evoluir, sempre priorizando o cliente, que determina como quer consumir, e é quem orienta as tomadas de decisão do negócio. No entanto, o empresário não deve perder de vista a proteção do caixa, a busca de linhas de crédito e o bem-estar de sua equipe, além de uma visão global da sociedade em que atua.
Como aprendi no varejo, as crises podem trazer boas oportunidades. Após muitos anos como executivo de grandes empresas, abri uma startup de consultoria, a Êxito Assessoria, Consultoria e Perícia Contábil, que tem dois pilares: o primeiro abrange consultoria nas áreas financeira, incluindo contábil e fiscal, de governança (podendo participar de conselhos) e de relações institucionais; o segundo inclui perícia contábil e assessoria técnica processual contábil. Meu primeiro cliente foi a Americanas S.A.

No atual cenário, entre diversas medidas, recomendo revisar a parte tributária, dadas a sua complexidade e importância do ponto de vista financeiro. Por vezes, empresas com elevada carga de impostos deixam de aproveitar as chances previstas na legislação e nos entendimentos dos tribunais.

Diversas providências podem ser tomadas. O Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, determinou que o ICMS e o ICMS-ST sejam excluídos da base de cálculo do PIS e Cofins. As empresas precisam levantar as suas bases de cálculo e obter a documentação suporte para a habilitação dos valores pertinentes, via de regra, relativos aos últimos cinco anos. A revisão pode reduzir o desembolso com esses tributos.

Também merecem atenção as sentenças judiciais, decisões administrativas e de órgãos federais que mudaram o cenário de tributação do PIS e Cofins. Empresas do Lucro Real devem avaliar oportunidades de crédito na apuração desses tributos nos últimos cinco anos.

A análise do cadastro das mercadorias comercializadas, com foco em recuperação de ICMS e ICMS-ST, é outra iniciativa que pode ser positiva. Ela poderá indicar se a companhia está pagando mais do que deveria ou tomando crédito a menor.

Também é aconselhável verificar se o regime de tributação é adequado para a empresa. De uma categoria para outra – Simples, Lucro Presumido e Lucro Real – a forma de apurar o imposto muda bastante.

O setor varejista em geral, e também no Rio de Janeiro, vem dando exemplo de criatividade e capacidade de renovação. Resultados positivos podem ser potencializados por medidas acertadas e assessoria profissional.