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Revitalização do Centro do Rio

Comerciantes discutiram como a promoção do patrimônio histórico e cultural pode contribuir para a recuperação econômica da região

 

Nos últimos meses, um grupo de empresários de diferentes segmentos do comércio de bens e serviços, com negócios no Centro do Rio, tem se reunido periodicamente para avaliar e discutir ideias e soluções que contribuam para a recuperação da região, hoje tão degradada. Na última terça-feira, 17 de agosto, Dia Nacional do Patrimônio Cultural, o grupo, cada vez maior, e representantes de entidades do setor e de órgãos públicos se reuniram novamente, na Confeitaria Manon, para discutir ações destinadas à recuperação econômica da região a partir da promoção do Corredor Cultural do Centro, criado pelo então prefeito Marcello Alencar, em 17 de janeiro de 1984 (Lei nº 506/1984). Na ocasião foi lançado o Movimento Vintage Rio.

Na reunião, o foco da discussão foi a definição de ações que possam promover o Corredor Cultural, que é formado por quatro núcleos: o primeiro, ligado ao período colonial, na Praça Quinze; o segundo, da fase imperial, abrangendo Praça Tiradentes, Largo de São Francisco e Saara; o terceiro e o quarto, ligados à República Velha, compreendem o trecho do Largo da Carioca até a Cinelândia, passando pela Avenida Rio Branco, e a área da Lapa, que preservava, também, alguns traços da época da colônia, como os Arcos.

Depois que a anfitriã Fabíula González López, da Confeitaria Manon, abriu o evento, a empresária Maria Izabel Castro, advogada com atuação na regularização de imóveis e uma das líderes do movimento, destacou que o Vintage Rio representa o encontro do patrimônio cultural do Centro do Rio com os comerciantes que escreveram a história do comércio na região. “O Centro do Rio guarda a história do Brasil e do Rio de Janeiro. E essa história inclui o comércio, que precisa ser protegido e valorizado pelo poder público”, destacou ela. Presente à reunião, o presidente da Abrasel RJ (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Pedro Hermeto, destacou que a iniciativa fortalecerá ainda mais a vocação comercial do Centro.

Luiz Carlos Ramiro Jr., Coordenador-Geral do Centro de Pesquisa e Editoração da Biblioteca Nacional e membro do Instituto Arrecife, apresentou a tese do livro recém-publicado, “Rio 2º Distrito Federal” (Editora Jaguatirica, 2021). Trata-se do reconhecimento do Rio como cidade federal, de caráter nacional e internacional, cujo tratamento precisa ser diferenciado. O esvaziamento do centro do Rio é o retrato dessa crise, que envolve fatores como favelização, mendicância, invasão de propriedades. “A síndrome da decadência que assola o Rio há décadas precisa acabar, e nada melhor do que um movimento como o Vintage Rio para clamar pela existência de corredores culturais no centro, fortalecimento da segurança pública local e fortalecimento do turismo – cujos potenciais são os mais diversos, como o histórico-patrimonial, religioso e mesmo de eventos”, destacou ele.

Presidente da Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca (Sarca) e vice-presidente de Relações Institucionais do SindilojasRio, Roberto Cury ressaltou a importância da união dos empresários do Centro para chamar a atenção para os problemas que requerem a atuação urgente e integrada do poder público.

Também participaram da reunião do Vintage Rio o deputado estadual Márcio Gualberto (PSL); o diretor de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, vice-almirante José Carlos Mathias; o Príncipe Francisco de Orleans e Bragança; o Monsenhor André Sampaio, da Arquidiocese do Rio; e o empresário especialista em Empreendedorismo João Diniz, entre outros. O encontro reuniu representantes de entidades e órgãos públicos, como o SindilojasRio, o CDLRio, a Sarca, o Sindicato de Bares e Restaurantes (SindRio), o Polo Saara, a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), a Abrasel RJ, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, o Rotary Club, o Clube de Engenharia e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).