Tradicionalmente associada ao afeto e à rotina escolar, a papelaria vive uma fase de reinvenção no Brasil. O setor tem ampliado seu papel e se transformado em um território de estilo, experiência e bem-estar, acompanhando mudanças culturais e emocionais do consumidor.
Dados mostram que as famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares em 2024, o que representou um aumento de 43,7% ao longo dos últimos quatro anos. Essas compras impactam o orçamento de 85% das famílias com filhos em idade escolar.
Nesse contexto, o gerente de Marketing do Grupo Leonora – rede com mais de 40 anos de história no segmento de soluções em material escolar e de escritório, brinquedos, papelaria, artigos artísticos e eletrônicos –, Ariéli Adolpho, apontou três tendências que se destacam como caminhos consistentes de evolução do mercado.
A primeira é a cultura kawaii, estética de origem japonesa que valoriza o lúdico, o delicado e o fofo. Com cores pastéis e personagens carismáticos, o estilo explodiu nas redes sociais. No Instagram, a hashtag #kawaii acumula cerca de 52 milhões de publicações”, cita ele. Na papelaria, a tendência aparece em canetas com pompons, estojos decorados, blocos adesivos divertidos e acessórios personalizados.
Outra tendência traz as experiências sensoriais, com aromas inspirados em doces e frutas e
incorporados ao universo da papelaria. Canetas, borrachas e adesivos perfumados estimulam múltiplos sentidos e tornam tarefas simples mais prazerosas. “Essa experiência aproxima os consumidores das marcas. A papelaria deixa de ser apenas funcional para se tornar parte de um ritual que combina emoção e praticidade”, comenta o executivo.
A terceira tendência é o bem-estar criativo. Em um cenário marcado pela rotina digital e acelerada, itens relacionados ao relaxamento ganharam protagonismo. O sucesso dos livros de colorir, por exemplo, ilustra esse movimento, pois estão frequentemente presentes na Lista de Mais Vendidos da PublishNews. “Esses produtos incentivam a desconexão e o cuidado emocional, mostrando que o setor pode contribuir para a saúde mental e a criatividade”, destaca o gerente de Marketing do Grupo Lenora. A tendência impulsiona a busca por materiais de desenho, lápis de cor com novas paletas e ferramentas para lettering.
As três frentes mostram que a papelaria está conectada a um consumidor que deseja mais do que produtos: busca experiência, bem-estar e equilíbrio. Essa combinação reforça a permanência e a relevância cultural do setor. “O verdadeiro valor de um caderno ou de uma caneta está na forma como cada um desses objetos se conecta à vida cotidiana”, conclui Adolpho.
Fonte: www.vidamoderna.com.br com Agência Brasil.
