O Natal, principal data comemorativa para o varejo que responde por cerca de um terço do faturamento anual do setor, já movimenta o comércio do Rio, que estima um aumento de 5% nas vendas do período. É o que mostra a pesquisa do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio), que ouviu 250 lojistas para conhecer a expectativa para o Natal.
Segundo a pesquisa, para conquistar os consumidores, os comerciantes já estão realizando diversas ações que vão de descontos e facilidades de pagamento à oferta de kits promocionais, passando ainda pela decoração de vitrines e mudanças nos ambientes das lojas, estoque variado com novas mercadorias e o uso de inteligência artificial (IA) para definir estratégias que possam chamar a atenção do público, entre outras iniciativas.
Para 85% dos entrevistados, os presentes mais vendidos deverão ser roupas, calçados, brinquedos, bolsas e acessórios, celulares, perfumes e artigos de beleza e bijuterias. O levantamento também apontou que 65% dos lojistas ouvidos estimam que o preço médio dos presentes por pessoa deverá ficar entre R$ 170 e R$ 240,00, enquanto o cartão de crédito deverá ser a forma de pagamento mais utilizada, seguido por cartão de débito, Pix e dinheiro.
Para 60% dos lojistas que participaram da pesquisa, boa parte das vendas se concentrará nos dias que antecedem o Natal, impulsionadas pelo pagamento da segunda parcela do 13º salário, e reforçando o hábito de muitos consumidores de deixarem as compras dos presentes para o período próximo ao 24 de dezembro.
De acordo com Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do SindilojasRio, a estimativa de vendas de 5% para o Natal é reflexo do clima que a data inspira. “É um número animador porque, apesar da inflação, juros elevados e alto endividamento das famílias, a dinâmica do mercado de trabalho, o aumento da renda e a sazonalidade da demanda criam um cenário de otimismo”.
“O setor enfrentou dificuldades no primeiro semestre, com inflação acima da meta, dólar crescente, alta dos juros e incertezas políticas que influenciaram o desempenho da economia e, consequentemente, do consumo, afetando o comércio. No início de novembro, o Copom manteve a Taxa Selic em 15% ao ano. Para o mercado, cortes nos juros só acontecerão a partir de 2026, mesmo assim em ritmo lento, o que deverá comprometer o nível da atividade econômica, prejudicando o comércio. Neste fim de ano, o comportamento dos consumidores vem sendo influenciado pelas circunstâncias econômicas, confiança e expectativas”, conclui Aldo Gonçalves.
