O Dia dos Namorados, uma das datas comemorativas mais importantes do calendário varejista brasileiro e que mais movimenta o setor no primeiro semestre do ano, destaca-se das demais celebrações por sua afetividade — seja amor, carinho ou desejo de surpreender —, além do seu potencial de vendas. A data vai além de uma comemoração afetiva, constituindo-se também em um momento estratégico para recuperar as vendas e compensar um início de ano geralmente mais morno em termos de consumo. Isso exige do comerciante uma atenção especial: transformar o ato da compra em um gesto de afeto memorável. É uma oportunidade de gerar receita, atrair clientes e vender mais.
Para isso, é necessário que o lojista esteja preparado e adequado para atender ao incremento da procura, pois a data simboliza laços de relacionamento entre as pessoas, expressos pela intenção de presentear. Portanto, o período é importante para aumentar receitas. Até porque os juros estão muito elevados, indicando uma conjuntura menos expansionista do que no ano passado. Estamos certos de que o planejamento, as estratégias de vendas, os descontos, as facilidades de pagamento, os kits, o ambiente da loja, a qualidade do atendimento, entre outras ações, serão fundamentais para atrair clientes num contexto de relativo resfriamento da economia.
Setores como calçados, roupas esportivas, bolsas, acessórios, perfumaria, eletrônicos, joalheria, gastronomia, entretenimento e turismo se preparam com semanas de antecedência para atender a uma demanda que vai além do simples ato de comprar. O consumidor busca experiências, representações simbólicas e conexões afetivas por meio de presentes e gestos memoráveis. Esse comportamento exige das empresas sensibilidade, criatividade e eficiência.
Além do impacto direto nas vendas, a data representa um campo fértil para o fortalecimento institucional. O posicionamento das empresas em relação à diversidade de relações amorosas, à inclusão de diferentes perfis de casais e ao respeito às individualidades torna-se um diferencial competitivo. Em um mercado cada vez mais atento aos valores sociais, marcas que abraçam essas pautas tendem a conquistar a preferência de consumidores mais conscientes e exigentes.
Visando manter o mesmo grau de satisfação, o que se observa é a gradual mudança de comportamento do consumidor, que vem substituindo produtos mais caros por aqueles mais em conta. O fator preço é preponderante para decisões de consumo. No Rio de Janeiro, de um modo geral, os preços têm apresentado fôlego menor para subir do que no restante do país. Nos quatro primeiros meses de 2025, a inflação fluminense ficou em 2,17%, enquanto no Brasil chegou a 2,48%. Mantida essa tendência, o comércio fluminense pode aproveitar a ocasião para atrair clientes e vender mais.
Agindo assim, o consumidor pode materializar desejos, preservando a tradição da data, adquirindo bens substitutos ou de preços acessíveis. Também é relevante citar o impacto no planejamento do comércio, que exige que os varejistas ajustem estoques e estratégias para incrementar as vendas. Em síntese, o Dia dos Namorados é uma data em que o comércio encontra a rara convergência entre emoção e oportunidade. Saber explorá-la com sensibilidade é o caminho.